Nanowrimo 2020: Dia 6 – Rascunho

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Para hoje temos a divulgação exclusiva de um rascunho do que ando a escrever por estes dias. Em termos do desafio, foi o segundo melhor dia até agora.

Rascunho I

Aviso: Isto é um rascunho ainda não editado nem revisto!

Eu levei um pedaço de pão rijo que a minha mãe me deu. Fomos directamente para os campos, tentando ir pelo matagal mais denso. Não nos passou pela cabeça usar estradas, que nessa altura estavam cheias de soldados sedentos de violência. Ele conseguiu orientar-se pelas estrelas e tinha memorizado as localizações prováveis do inimigo, pelo que conseguimos sair de Vukovar sem grandes percalços. O pior ainda estava para vir. Quando amanheceu, não fazia ideia de quanto tínhamos andando. As solas dos pés doíam imenso. Fazer caminhadas tão extensas quando estás grávida e não tens descansado nem comido em condições não é fácil. A minha sorte é que a barriga não era muito pesada.

Rascunho 2

Andamos umas boas horas até que nos deparamos um um rio. Ainda eram vários metros de água, em Novembro, como devem imaginar estava gelada e a corrente era bastante forte. Fomos andando ao longo do curso de água, à procura de um sítio para atravessar. Infelizmente, a única ponte que encontrámos, estava guardada por soldados. Então voltámos para trás, sem saber como é que haveríamos de dar a volta à situação.

Fomos salvos por uma árvore que tinha os ramos praticamente ao nível da água. O Marko foi primeiro para garantir que funcionava. Foi até à ponta e atirou-se para o rio. A corrente arrastou-o uns bons metros até se conseguir agarrar do outro lado. Depois foi a minha vez. Subi com cuidado e logo eu que nunca fui nenhuma nadadora talentosa.

Inspirei fundo e atirei-me. Foi logo nesse momento que as coisas começaram a correr mal. O salto deve ter sido mais curto do que devia e cai quase no mesmo sítio. A água gelada atordoou-me e a corrente desnorteou-me. Tentei nadar em frente, mas nem sequer sabia muito bem para onde era a margem. Acabei por engolir água e entrei em pânico. Felizmente, nunca deixei de nadar como conseguia. Quando já estava a achar que me ia afogar sinto o meu braço a ser agarrado. Marko conseguiu-me puxar para a margem. Sem ele nunca me teria safado.


Hoje atingi o total de 9479 palavras, somando mais 1902 que ontem. Apesar de ter sido um dia com muito trabalho, as word wars ajudaram-me a conseguir recuperar o ritmo. Amanhã devo atravessar o ponto sem retorno da história. Quanto mais perto do final, mais fácil se torna a escrita, parece-me que já passei o ponto crítico.

Lembro que podem comprar o meu mais recente romance, que foi escrito durante o Nanowrimo 2012 no site das Edições Velha Lenda. Sigam o resto do meu desafio Nanowrimo 2020!

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