Mariana, uma jovem curiosa que acaba de entrar na Universidade de Aveiro. Uma moradia pertencente ao tio que mal conhece. Uma caixinha de madeira envernizada num quarto cor-de-rosa que esteve fechado durante mais de quinze anos. É assim que Mariana descobre as cartas deixadas pela sua falecida prima, Liliana.
A família nega a existência da prima e recorre a mentiras e abusos de autoridade para a fazer largar o assunto. Contudo, Mariana vai conhecendo a prima através dos escritos que ela deixou, descobrindo que têm mais em comum que o aspecto físico. No entanto, desenterrar este segredo familiar tem um preço.
Estará Mariana pronta para enfrentar as consequências?
E este As Nuvens de Hamburgo, pequenino e ainda com pouca visibilidade, é testemunha de que os autores nacionais têm muito para dar ao mundo das letras, independentemente do género.
Gostei bastante da forma directa e eficaz com que Pedro Cipriano escreve, o seu discurso simples e narrativa rápida faz com que nos mantenhamos agarrados durante toda a leitura e a estrutura pequena da obra torna as pausas inexistentes.
Uma trama bem urdida que se lê numa tarde bem passada, mas cuja memória nos acompanha até muito depois de o termos devolvido à estante. É de mergulhar nestas páginas e viajar através delas.
Curto, movimentado e com bons diálogos, As nuvens de Hamburgo é um romance composto, e muito aconselhável que se alinha com o tipo de ficção especulativa que tem sido publicada fora de Portugal.
Surpreendente. É um livro pequeno, simples, e fácil de se gostar. Cipriano controla bem a história e não a deixa fugir perdida num espaço imenso que teria sido possível com a premissa que usa. Em vez disso, leva as personagens exatamente para onde quer, com uma pesquisa bem feita e um enredo realista (dentro da fantasia). Gostei bastante!