Um tema pertinente de ser discutido, por afectar leitores, escritores e editores.
- http://revistanonata.co/2016/01/06/imperios-do-mal-e-outras-editoras/
- http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-grande-sono-da-ficcao-cientifica-218732
Depois destes artigos, coloca-se a pergunta: estará a Ficção Especulativa a morrer em Portugal?
Recordo-me, assim de repente, de dois projectos que trabalhavam nesta área e deixaram de existir: a Lusitânia, Nanozine. Ambas aceitavam textos dos autores e depois de uma selecção, publicavam-nos. Uma tinha formato de revista e outra de ebook, uma era a preço de custo e outra grátis. Com várias diferenças entre elas, a verdade é que desempenhavam um grande serviço de promoção da literatura especulativa portuguesa. Posso também acrescentar a micro editora Editorial Arauto, que não se conseguiu manter por muito tempo, publicando apenas um livro de Steampunk.
Tenho de confessar que na minha experiência na Editorial Divergência nem tudo são rosas. Nem todas as antologias venderam como esperava. Umas deram prejuízo e outras apenas lucro marginal. Apesar de fazermos o nosso melhor, a crítica é implacável (e espero que o continue a ser). Se o objectivo fosse fazer dinheiro, teria escolhido o ramo errado, com toda a certeza. A fatia cobrada pelas transportadoras e pelas lojas fazem com que a possibilidade de estarmos nas prateleiras seja cada vez mais remota.
Estará a Ficção Especulativa a morrer em Portugal? A resposta é não. Sobrevive com dificuldade graças ao esforço de individuais que trabalham mais por amor à camisola. Se tem potencial de florescer? Tem sim, mas vai precisar que os leitores lhe passem a dar o devido valor.